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  • Foto do escritorBruno Bizzotto

Dependência química: o que é?

A dependência química está relacionada ao comportamento compulsivo que um indivíduo possui ao usar drogas. Tal compulsão faz o uso sobrepor-se às outras atividades de sua vida, dificultando a interrupção do consumo e mantendo-o em episódios recorrentes de recaída.

Como ela acontece no cérebro?

Na medida em que o indivíduo usa a droga, e esta o gera prazer, gradualmente criam-se circuitos neurais e alterações na bioquímica cerebral. Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que o cérebro já compreendeu que quando a vontade de usar vêm, ela deve ser imediatamente saciada. Em suma, quanto mais solidificados os circuitos estão, mais o indivíduo manifestará o comportamento compulsivo, e mais difícil será afastá-lo do uso.

Quais fatores podem contribuir para que um indivíduo se torne

dependente químico?

Primeiramente deve-se ter consciência que o dependente químico vivenciou uma série de experiências ao longo de sua vida, que implicaram no uso da droga. As experiências englobam os fatores psicossociais, culturais e genéticos. Ambientes familiares: ambientes familiares disfuncionais podem contribuir para que o indivíduo se torne dependente. Para desenvolver-se de maneira sadia, o ser humano possui necessidades emocionais e afetivas básicas. No entanto, quando o funcionamento familiar é problemático, há uma grande probabilidade de que isso se reflita negativamente na vida do sujeito.

Influências relacionais: outra questão importante diz respeito às influências relacionais, ou seja, pessoas do convívio social que induzem ao hábito do uso. A escolha do grupo social é um reflexo da realidade subjetiva da pessoa, que a aproxima por identificação. É possível que a relação do usuário com outros dependentes traga a sensação de pertencimento e proteção, mas, na realidade, o que as aproxima verdadeiramente são suas feridas.

Experiências traumáticas: as experiências traumáticas são potenciais gatilhos para o uso de drogas, uma vez que a droga pode servir de fuga das lembranças e sensações dolorosas. Essas sensações impulsionam o indivíduo a refugiar-se em algo, para inconscientemente anestesiar sua dor e tornando-o, por fim, quimicamente viciado. O uso da droga, em si, é apenas o produto final de muitos acontecimentos anteriores.

Aumento da produtividade: em alguns casos, a droga pode ser utilizada como um estímulo para aumentar a produtividade da pessoa. Dessa forma, ela é associada à ideia de bom desempenho nas atividades. Esse uso é mais comum em pessoas consideradas “workaholics”, em outras palavras, viciadas em trabalho. O indivíduo que faz o uso de droga com essa perspectiva geralmente acredita que o seu desempenho profissional, sem o uso, será inferior.

Aspecto temperamental: o aspecto biológico do temperamento também é algo que deve ser avaliado, visto que a afetividade, o humor e a motivação interagem na maneira do indivíduo interpretar e lidar com as situações e emoções em sua vida. Além do temperamento, devemos nos atentar à qualidade cognitiva e comportamental atual.

Como lidar com o dependente químico?

Considerando a complexidade dos assuntos anteriormente discutidos, entende-se que não é um único motivo que leva ao uso da droga, mas sim o conjunto de ocorrências. É muito provável que o uso seja uma estratégia para anestesiar sentimentos de incompletude e insatisfação, por conta de alguma necessidade emocional não atendida.

Muitas pessoas atribuem a falta de juízo ou de espiritualidade à dependência química, mas isso representa a falta de conhecimento e o estigma social existente com esta população. O primeiro passo para se ajudar o dependente é respeitar a sua história e a sua dor, apenas com empatia pode-se acessar posteriormente questões mais profundas.

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